Abaixo um link para um excelente trabalho científico para os que gostam de estudar o Judô.
Estamos abertos ao diálogo sobre o trabalho.
Leia o resumo
"O Judô é um desporto Olímpico que, tradicionalmente, traz medalhas neste evento para o Brasil. Através de uma análise de documentos sobre a produção das mídias, internet e transmissões da televisão durante os eventos: 1) Olimpíadas 2004 e 2) Mundial de Judô 2005, buscou-se compreender: a) o quanto é representativa a participação brasileira em relação ao total de medalhas distribuídas nestes eventos e, b) o comportamento das mídias em relação à participação dos atletas brasileiros. Pode-se considerar que, apesar das medalhas conquistadas, há pouca evolução no desempenho da delegação brasileira e exageros por parte da “falação Midiática”."
Assistam ao trailer de um documentário sobre o campeão brasileiro Rogério Sampaio, cujo vídeo na íntegra ou DVD para aquisição pessoal estamos procurando.
O itsutsu no kata foi o último kata de Judô idealizado pelo shihan Jigoro Kano. Ele foi incluído como parte do Kodokan Kata em 1887, pelo próprio Dr Kano, partindo neste ano de uma revisão e adequação que teria feito do Itsutsu no Kata do Tenjin Shinyoryu Jujitsu School. Este kata que restou com cinco formas teria outros movimentos incluídos conforme a intenção inicial do shihan. Contudo, faleceu o Dr Kano sem incluí-las formalmente. Daí o dizer-se que restou “inacabado”. Este kata foi ensinado como “okuden”, a última habilidade a ser ensinada e diretamente pelo mestre da escola em caráter individual ao aluno.
A interpretação de cada movimento:
1. Ippon Me – Oshikaeshi - Pressão contínua – concentração da energia (força)
2. Nihhon Me – Eige - "Draw Drop" – sem resistência
3. Sanbon Me – Tomowakare - Separação – força centrífuga e centrípeta
4. Yonhon Me – Roin - Arrastamento da maré – lei do pêndulo
5. Gohon Me – Settsuka no wakare - Separação imediata – lei da inércia
Ippon me - Demonstra que um ataque racional e contínuo trará a derrota até mesmo contra um grande e poderoso oponente.
Nihon me - Demonstra o princípio de usar a força do ataque do oponente contra ele mesmo.
Sanbon me - Demonstra o princípio do redemoinho onde o círculo interno controla o círculo externo.
Yonhon me - Demonstra o princípio da força das marés: a maré vai puxar tudo que estiver na costa para dentro do mar, não importa qual o tamanho.
Gohon me - Demonstra o princípio: quando energias ilimitadas colidam uma com a outra, uma deve ceder para evitar que ambas sejam destruídas.
As raízes de cada movimento:
1 – IPPON ME – JIZO DAOSHI (DERRUBAR O ÍDOLO DE PEDRA)
Em alguns templos japoneses existe na entrada um ídolo de pedra representando uma figura humana em pé, mão direita aberta e esticada como se estivesse pedindo uma esmola e na mão esquerda um bácoro.
JIZO DAOSHBI significa “derrubar o ídolo”. A pessoa na frente do ídolo coloca a mão direita espalmada em seu peito e começa a empurrá-lo para trás, para derrubá-lo. O ídolo cambaleia lateralmente e para trás, e a pessoa, por isto, muda a posição da mão e insiste até que o ídolo caia de costas.
O ídolo, resistindo ao impulso, acaba caindo.
2 – NIHON ME – HIKI OTOSHI (DERRUBAR PUXANDO)
HIKI OTOSHI significa “evitar a força”. A pessoa é atacada por alguém que, com um punhal, tenta estocá-la na barriga. Quando o atacante estica a mão, o atacado sai da frente, ajoelhando o joelho esquerdo no solo, pega o braço direito do atacante pelo pulso e na altura do cotovelo e, aproveitando seu impulso e evitando sua força, o desloca lateralmente até que ele caia no solo.
O atacado, não resistindo à força do atacante, acaba por derrubá-lo.
3 - SANBON ME – TO BI (FORÇAS CENTRÍFUGA E CENTRÍPETA) ou MIKU DAKI (MOINHO D'ÁGUA)
TO BI significa “forcas centrífuga e centrípeta”. Os dois começam a girar, um em torno do outro, como se fossem planetas. Por ação da força centrípeta os dois vão se aproximando até que se tocam, pelos punhos. Continuando a girar, um deles deixa-se cair na frente do outro que por ação da força centrífuga passa por cima dele, indo cair na sua frente.
Se um deles não ceder para ganhar, os dois continuarão a girar indefinidamente numa velocidade cada vez maior
4 – YONBON ME – NAMI (ONDA)
NAMI significa “onda”. Um fica em pé, de costas para o outro, representando uma rocha. O outro. representando o mar, fica de lado para o primeiro e fazendo movimentos de círculo com as mãos, imitando o movimento das ondas, aproxima-se dele levantando as mãos à medida em que anda .Com as mãos, imita o movimento de uma onda que, aproximando-se de uma rocha, vai varrê-la com seu impulso. A onda ultrapassa a rocha e depois lentamente reflui levando tudo que encontra pela frente, inclusive a rocha. A rocha, tentando resistir à força da onda, acaba sendo levada para dentro do mar.
5 – GOHON ME – IWA (ROCHA OU EVITAR O CHOQUE)
IWA significa “rocha” e a técnica tem por finalidade demonstrar a eficiência de ser evitado um choque.
Os dois ficam afastados, com um lado voltado para o outro, e subitamente correm um contra o outro. Quando estão perto e o choque vai se dar, com os dois sofrendo as consequências, um deles deixa-se cair no solo e o outro, por ação de seu impulso, passa por cima dele. Desta forma, nenhum dos dois fica prejudicado.
Como não houve o choque, ambos saíram ganhando.
Jigoro Kano acreditava que existem cinco princípios essenciais comuns ao Judô e à todas as artes marciais. Ele sintetizou todos os ensinamentos de Judo para o número mínimo de princípios necessários para explicá-lo. Desde que esses princípios se destinam a ser universais, eles são equiparados com os movimentos naturais encontrados no universo, como uma onda no oceano ou uma hidromassagem. Este kata aplica os fenômenos naturais observados à base teórica de ataque e defesa .
O Itsutsu no Kata é um kata "interior" que dramatiza um homem em seu caminho rumo à verdade, que reúne os elementos da natureza e se harmoniza com eles.
Observe os vídeos abaixo e procure identificar cada momento e seu significado.
O kata em sua forma exata:
O kata em uma variação apresentada pelo grande Mifune:
A história do Judô é rica de fatos que se conhecidos reavivam a rica tradição de que dispomos e que muitas vezes relegamos ao esquecimento. As origens do Judô merecem ser estudadas para que não deixemos passar a essência do Caminho Suave.